de Fritz Plaumann no Brasil
O livro de Fritz Plaumann A Origem da Vida [Die Entst ehungdes Lebensde], foi publicado em língua alemã em 1949, período no qual o mundo remexia os escombros causados pela II Guerra Mundial. Somente agora, mais de 70 anos depois, é lançado em português, com programação e distribuição gratuita.
Trata-se de uma obra na qual o autor, um pesquisador coletor/colecionador, faz uma crítica a um modelo de ciência descomprometida com o social. Afinal, entendia que a ciência feita com honestidade, ciência que aponta para o respeito e harmonia com natureza, à biodiversidade e à sustentabilidade, teria condições de ser propositiva, trazendo à tona aspectos esquecidos, os quais quando devidamente valorizados, apontariam para possibilidades concretas de melhor convivência em sociedade e respeito as diferenças.
Nesse texto, Plaumann consegue estabelecer diálogo entre a biologia, política, química, física, religião numa perspectiva crítica e bem humorada. Ganha o público, que passa ter um texto de grande valor científico e social, escrito por um autodidata, que se fez cientista nas jornadas pela floresta catarinense do Alto Uruguai Catarinense.
Ainda como parte da programação, está sendo produzida uma exposição de fotografias, registros feitos por Fritz Plaumann, que era também fotógrafo. As imagens retratam suas percepções sobre natureza e meio ambiente, além de mostrar fotos do acervo que ele coletou. A mostra fotográfica revela parte do legado de Fritz Plaumann e as relações da arte e da preservação do meio ambiente.
Foram realizados entre os dias 25 e 27 de abril quatros eventos de lançamento do projeto com a presença de cerca de 300 pessoas: na UNOESC campus Chapecó, no Museu Entomológico Fritz Plaumann, na Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó e na Unochapecó Campus Chapecó.
QUEM FOI FRITZ PLAUMANN?
Oriundo da Prússia Oriental (atual Rússia), Fritz Plaumann mudou-se com a família para o Brasil em novembro de 1924, instalando-se no oeste do estado de Santa Catarina. No mesmo ano, iniciou seus estudos sobre as espécies de orquídeas e de insetos da região, que se estenderam até 1994. Em 70 anos de trabalho, catalogou cerca de 80 mil exemplares de 17 mil espécies diferentes de insetos, dos quais 1.500 eram desconhecidas da ciência.
Durante sua vida, recebeu diversas homenagens. Em 1985, obteve a Medalha do Mérito Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. No início de 1991, recebeu a mais alta condecoração do campo da ciência da Alemanha: a Grã-Cruz do Mérito Científico. Também foi considerado o “maior colecionador de insetos da América Latina do Século XX” pelo presidente da Californian Academy of Science. Em 1992, obteve a Medalha do Mérito Anita Garibaldi do governo de Santa Catarina.
No dia 23 de outubro de 1988, foi inaugurado, em sua homenagem, um dos maiores museus entomológicos da América Latina: o Museu Entomológico Fritz Plaumann, no distrito de Nova Teutônia, na cidade catarinense de Seara. O museu possui todo o acervo de espécies coletadas por Fritz Plaumann.
Também foi homenageado por outros pesquisadores, com o batismo de diversas espécies descobertas com o seu nome, como os besouros Atenisius plaumanni, Aleiphaquylon plaumanni e Ormeta plaumanni. Hoje, o nome de Plaumann é encontrado em famílias de insetos (Plaumanniolinae e Plaumaniidae), subfamílias (Plaumanninae, Plaumanniinae e Plaumanniolinea) e diversos gêneros. Há também um parque ecológico que leva seu nome, localizado na cidade de Concórdia: o Parque Estadual Fritz Plaumann, criado em 2003.
O Centro Acadêmico do Curso de Agronomia da Universidade do Estado de Santa Catarina leva seu nome, como homenagem aos seus serviços prestados à ciência e formação estudantil em cursos de Ciências Agrárias e Ambientais. Ilustre naturalista e entomólogo (especialista em insetos), Fritz Plaumann (1902 – 1994), conseguiu sozinho montar equipamentos e um laboratório na sua casa em Nova Teutônia. Além de colecionar insetos, Plaumann realizou muitos estudos de zoologia, astronomia, meteorologia, escreveu diversos textos e fotografou diversas espécies.
O projeto conta com patrocínio do BRDE, CELESC e GAMBATTO através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Projeto selecionado pelo Edital Aldir Blanc 2021 – executado com recursos do Governo Federal e Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural, por meio da Fundação Catarinense da Cultura. Projeto selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – Edição 2021, executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense da Cultura.
Equipe do projeto
Denise Bendiner – coordenação geral
João Klug – coordenação e revisão da tradução
André Carlos Werle – tradutor
Elisandra Forneck – organização local e seleção de imagens
Aline Maisa Lubenow – organização local e seleção de imagens