História da Cooperalfa

Matriz da Cooperalfa por volta de 1972

A história da Cooperalfa e do surgimento do sistema cooperativo no Oeste catarinense se confunde com a história de milhares de famílias que migraram do Rio Grande do Sul, especialmente a partir das décadas de 1940 e 1950, com destino ao estado catarinense. Na bagagem, trouxeram as tradições associativistas, já eminentes na terra natal, ainda que com receios em relação a algumas experiências não bem sucedidas em solo gaúcho. A chegada a Santa Catarina, prometia uma vida nova não apenas para os migrantes, mas também uma oportunidade para a disseminação da cooperação.

Uma das primeiras oportunidades de colocar em prática a ideia do cooperativismo foi em 1957, quando o Banco do Brasil, que visava implantar a Política Nacional de Trigo, ajudou a criar, junto com a extensão rural, a primeira cooperativa agropecuária de Chapecó – SC: Cooperativa Tritícola d’Oeste Ltda. Ela fomentou o plantio de trigo entre os produtores rurais e garantia a compra. No entanto, já no primeiro ano, as dificuldades foram muitas devido ao excesso de chuvas, que dizimou as lavouras da região. Além do desânimo, ficaram muitas contas para pagar. Em alguns anos a cooperativa foi desativada e o cooperativismo ficou desacreditado.

Ainda assim, algumas pessoas viam na cooperação a única forma de retomar a confiança dos agricultores e começar um projeto que realmente pudesse resolver os problemas destes. Depois de muito estudo, Setembrino Victorino Zanchet, gerente do Banco do Brasil, convenceu o comerciante Aury Luiz Bodanese a presidir uma nova cooperativa: Cooperativa Agropastoril de Chapecó Ltda. – Cooperchapecó. Ele aceita a proposta e, no dia 29 de outubro de 1967, juntos lideraram mais 37 agricultores na fundação da nova instituição.  Naquele momento, um dos principais objetivos era garantir a venda da safra e fugir da exploração de alguns comerciantes que compravam a produção dos agropecuaristas e muitas vezes não os pagavam.

A primeira sede da cooperativa foi junto aos silos da Companhia Brasileira de Armazenagem – Cibrazem (hoje Mercado Público de Chapecó). Nesse local, foi recebida a safra de trigo dos associados. No início de 1968, a Cooperchapecó alugou uma sala no centro da cidade, permanecendo lá até outubro de 1970, quando inaugurou sua sede própria, na Rua Fernando Machado, onde se encontra a matriz até hoje.

Em 1968 criou sua primeira filial (Alto da Serra, Chapecó), e nos anos seguintes inúmeras foram abertas. Em 1969, a Cooperchapecó foi uma das idealizadoras da Aurora Coop, que até hoje é responsável pela industrialização da produção pecuária (aves, suínos e leite) dos associados das atuais 11 cooperativas filiadas, inclusive da Cooperalfa, que hoje detém cerca de 25% do seu capital social. 

Em 1974, a Cooperchapéco se une à Cooperxaxiense, da vizinha cidade Xaxim, e formam a Cooperalfa, desde então a maior cooperativa agropecuária de Santa Catarina. Após essa união, aconteceram outras incorporações, com destaque para a Cooper São Miguel, no estremo Oeste Catarinense (2000), que também levou a Alfa para o Paraná, e a Coopercanoinhas, no planalto Norte de Santa Catarina (2013). Em 2014 a expansão levou a cooperativa para o Mato Grosso do Sul e, em 2017, para o Rio Grande do Sul.

Outro marco na história da Cooperalfa foi a entrada na atividade industrial, em 1979, com uma indústria de milho ( atual indústria de trigo), o que possibilitou agregar mais valor a produção dos associados e contribuiu expressivamente na sustentabilidade econômica da cooperativa. 

A equipe técnica busca e dissemina informações que promovem uma agricultura e pecuária com equilíbrio social, econômico e ambiental. São mais de 200 técnicos, engenheiros agrônomos e veterinários trabalhando diretamente com os associados. Nas áreas de compra e venda, a Cooperalfa tornou-se balizadora de mercado, praticando preços justos e honrando os compromissos assumidos. Promove ainda o desenvolvimento humano, através da educação cooperativista, envolvendo em seus treinamentos, cursos e eventos, mais de 50 mil pessoas todos os anos, tanto de colaboradores quanto de famílias associadas.

Com a missão de gerar valor ao agronegócio por meio da cooperação, a Cooperalfa atua nos seguintes segmentos: compra da produção agropecuária de seus associados: milho, soja, trigo e feijão; fábricas de ração (03 unid.); indústrias de trigo, soja e milho; industrialização de suínos, aves e leite através da Aurora Coop; rede de supermercados – Superalfa (53 unid.); Unidades de Beneficiamento de Sementes – UBS (3 unid.); Granjas Multiplicadoras de Suínos (3 unid.); pontos de recebimento e armazenagem de grãos (75 unid.);lojas agropecuárias (101 unid.) e postos de combustíveis (2 unid.)

A Cooperalfa fechou 2023 com 22.543 famílias associadas (64% das famílias se dedicam à agropecuária familiar) e 4.123 colaboradores.  Possui 179 CNPJs, atua com filiais ou alguma estrutura em 94 municípios dos estados de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, além de possuir associados em cerca de 280 municípios brasileiros.

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